Dilma discute medidas para o País Crescer
Presidente tem reunião agendada com centrais
sindicais, com empresários e o conselho político
A presidente Dilma Rousseff terá hoje uma rodada de
reuniões com sindicalistas, empresários e integrantes do conselho político para
reforçar a necessidade de adoção de medidas para garantir um crescimento
econômico mais forte para o País este ano. Embora o governo trabalhe com a
expectativa de uma expansão de 4,5%, economistas e analistas do mercado
financeiro estimam um avanço mais tímido: 3,2%.
O primeiro encontro de Dilma será com líderes
governistas e partidários, que formam o Conselho Político. Em seguida, ela se
reunirá com sindicalistas. No meio da tarde será a vez dos empresários. O
discurso é mais uma tentativa de estimular os chefes de empresas a não
desistirem de investir no País.
Sem esses investimentos, o ritmo de crescimento da
economia pode mesmo confirmar as previsões mais pessimistas.
Mercado interno. Embora a situação do Brasil esteja
distinta das nações europeias, um agravamento da crise na zona do euro, com
mais países sendo arrastados para a recessão, força o governo brasileiro a
buscar saída para o aumento da produção e do fortalecimento do mercado interno,
com uma maior demanda por parte dos consumidores.
Esse é o momento ideal para a presidente Dilma
colocar claramente o que pretende como resultado de sua política econômica. Ela
desfruta de uma elevadíssima popularidade que dá amparo a intensidade de suas
posições contrárias a alta dos juros e dos spreads bancários.
No pronunciamento que fez em comemoração ao Dia do
Trabalho, a presidente não poupou críticas aos bancos e reforçou a necessidade
de o país ter uma taxa de câmbio compatível com as condições macroeconômicas do
país.
Poupança. Entre as medidas que o governo estuda,
mas ainda depende de uma série de circunstâncias, está a mudança da
rentabilidade da caderneta de poupança. Os estudos do governo estão concluídos
e a avaliação está apenas na definição do timing para a divulgação da proposta.
Como se trata de uma matéria polêmica e que depende
do apoio do Congresso para sua aprovação, o governo precisa eliminar as
barreiras políticas e desconstruir o discurso da oposição de que está alterando
o rendimento da poupança, como fez o ex-presidente Collor.
Paralelamente, Dilma mantém no ringue as
instituições financeiras, que na avaliação da presidente podem abrir mão de
parte de sua taxa de administração para baratear o custo dos empréstimos.
Apesar disso, o governo se preocupa em não
desestruturar o mercado financeiro, principalmente os fundos de investimento
que, com a redução dos juros, perdem atratividade.
Ainda não se percebe uma migração forte dos
recursos dos fundos para a caderneta de poupança, mas uma queda mais acentuada
das taxas de juros obrigará a uma redução da tributação dos fundos.
Essas questões estão sendo discutidas
cuidadosamente. Como disse a presidente, "cada dia sua agonia".
A senha para novas mudanças na economia, no
entanto, foi reforçada com a sinalização do Banco Central, na semana passada,
de que os juros podem continuar caindo.
Como tudo o que o governo faz tem um planejamento e
estratégia de ação, agora chegou a vez do Planalto definir o passo seguinte
para elevar o nível de poupança do País, para atrair novos investimentos e
manter o mercado de consumo em alta, já que a conquista de mercados externos
está prejudicada pelo movimento recessivo da Europa.
Autor(es): TÂNIA MONTEIRO, BEATRIZ ABREU
O Estado de S. Paulo - 03/05/2012 www.estadao.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário