FMI já cortou à metade previsão de crescimento do
PIB brasileiro em 2014
Fundo prevê alta de 1,8% no PIB do país; previsão já foi de 4%.
Economia mundial deve ter expansão de 3,6% este ano.
A economia brasileira está perdendo fôlego e deve
crescer, em 2014, menos que no ano passado. Pela quarta vez consecutiva, o
Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a previsão de crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) do país: o fundo agora acredita que a alta, este ano, deve
ficar em 1,8% – em 2013, foi de 2,3%. Os dados estão no relatório "World
Economic Outlook", divulgado hoje terça-feira (8/4).
Com os cortes, a expectativa de crescimento do
Brasil para 2014 é menos da metade do que o fundo previa em abril do ano
passado. Em relatório divulgado naquele mês, a previsão era de alta de 4% no
PIB. Em janeiro deste ano, já havia recuado para 2,3%.
O FMI também cortou, de 2,8% para 2,7%, a
expectativa de alta para o PIB do país em 2015.
Oferta baixa, inflação em alta
De acordo com o fundo, a economia brasileira sofre
com restrições de oferta doméstica, especialmente de infraestrutura, e com um
contínuo baixo crescimento do investimento privado, que se reflete na perda de
competitividade e na baixa confiança dos empresários.
A inflação deste ano, segundo o FMI, deve ficar em
6,2%, perto do teto da meta do governo. Pelo sistema de metas de inflação em
vigor no Brasil, o indicador pode variar entre 2,5% e 6,5%. Já o desemprego
deve ter uma pequena alta, passando dos 5,4% de 2013 para 5,6% este ano e para
5,8% em 2015.
Mundo, países e continentes
O FMI também revisou para baixo a previsão de
crescimento da economia global em 2014, de 3,7% em janeiro para 3,6% no
relatório divulgado nesta terça. A piora veio dos países em desenvolvimento, para
os quais a expectativa caiu de 5,1% para 4,9%.
"A atividade em muitas economias emergentes
desapontou em um cenário financeiro externo menos favorável, embora continuem a
contribuir com mais de dois terços do crescimento mundial", diz o
relatório.
Para as economias desenvolvidas, a previsão foi
mantida em 2,2%.
"Um grande impulso para o crescimento global
veio dos Estados Unidos, cuja economia cresceu 3,25% na segunda metade de 2013,
mais forte que o esperado no relatório de outubro", aponta o FMI.
Após uma alta de 1,9% em 2013, o PIB
norte-americano deve se expandir 2,8% em 2014, e 3% em 2015. Na zona do euro, a
recuperação deve ganhar força, com altas de 1,2% em 2014 e 1,5% em 2015,
revertendo a queda de 0,5% registrada no ano passado.
Para a China, o FMI prevê alta de 7,% no PIB este
ano, desacelerando-se para 7,3% em 2015. Entre os países dos Brics (grupo de
cinco países em desenvolvimento do qual o Brasil faz parte), a Rússia deve
registrar o pior desempenho, com alta de 1,3% em 2014. A Índia deve crescer
5,4%, e África do Sul, 5,3%.
Na América do Sul, o crescimento do Brasil em 2014
deve ser maior apenas que o da Argentina (0,5%) e o da Venezuela (-0,5%).
O Peru deve liderar a alta na região, com 5,5%. A estimativa é que,
juntos, os países sul-americanos cresçam 2,3% este ano.
Extraído de www.oglobo.com.br
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